Uso indiscriminado de estimulantes tende a causar dependência psíquica | Clínica Dr. Sérgio Iankowski
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Uso indiscriminado de estimulantes tende a causar dependência psíquica

Levantamento aponta que 20% dos homens – com idades entre 25 e 35 anos – admitem já ter feito uso de medicamentos para melhorar o desempenho sexual, sem necessidade

Parte do instinto masculino se policiar em relação à própria performance sexual. Com a finalidade de “comprovar a virilidade” e dar prazer à mulher – sem falhar – na hora H, muitos homens se cobram excessivamente. O grande problema com essa fixação são os remédios estimulantes, que acabam servindo de escape e sendo usados de maneira inadequada. “É perigoso usar tais medicamentos de maneira indiscriminada, eles podem inclusive levar à morte. Isso pode acontecer aos homens mais velhos, aos usuários de vasodilatadores coronarianos ou para quem tem pouco preparo físico, pois aumenta o risco de infarto. Também pode acontecer o que chamamos de priapismo, que é quando o pênis não relaxa, mantendo a ereção por um longo período. Se passar de três horas ereto, é preciso procurar um médico, pois essa situação pode fazer com que falte oxigenação no órgão, que pode fibrosar causando uma dificuldade de ereção e até mesmo uma impotência completa”, aponta o médico andrologista Sérgio Iankowski.

A situação é preocupante, já que muitos homens acabam recorrendo à estes medicamentos. Em São Paulo, por exemplo, um levantamento feito com homens entre 25 e 35 anos atendidos pelo Centro de Referência em Saúde do Homem da capital paulista revelou que 20% dos pacientes utilizaram medicamentos para disfunção erétil sem prescrição médica. Foram consultados 300 homens durante o período de um mês.

Estes medicamentos são indicados apenas para casos específicos. “Os estimulantes, na verdade, não são estimulantes, porque o medicamento sim é quem precisa de um estímulo para funcionar. Ou seja, ele não promove tesão. Ele só funciona se houver desejo. E se o homem é saudável e consegue promover a ereção sozinho, o remédio não vai deixar o pênis mais rígido. O uso destes medicamentos pode mascarar a causa da dificuldade sexual de um indivíduo”,  afirma o andrologista**.

A sensação de um desempenho melhor é apenas ilusão nesses casos. O homem acredita tanto no remédio que passa a ficar mais confiante e relaxado, sem pressão e medo de falhar. Isso faz com que a relação flua e o psicológico acredita que foi por conta do medicamento.

“Essa situação pode levar à dependência psíquica, e o homem vai acabar sempre apelando para o estimulante”, diz o especialista, que explica como é possível conseguir um bom desempenho sem precisar de remédios. “O medo é resultado de uma má educação sexual. O homem precisa procurar consciência afetiva, saber que o sexo está ligado ao emocional. É preciso deixar de se preocupar só com o que a mulher vai pensar do desempenho, dando atenção ao que ele mesmo gosta, curtindo o momento e a mulher, sem pressão. Uma mulher não é para ser enfrentada. Entendendo isso, o sexo do homem saudável vai melhorar sem precisar de um empurrãozinho”, finaliza.

(*) Dr. Sérgio Iankowski – Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), possui pós-graduações em Infertilidade – pela Fundação Universitária de Fertilidade e Endocrinologia (FUEFE) e pela Fundação Puigvert, Barcelona, Espanha – e em Sexualidade Humana pela Universidade Tuiuti do Paraná. Integra a Internacional Society for Sexual and Impotence Research (ISSIR), a Sociedade Brasileira de Andrologia (SBA) e a Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana (SBRASH). É autor do livro Ereção e Falha, Falhou Por Quê? e, desde 1983, dirige o Instituto de Infertilidade e Andrologia.

(**) Andrologista – A andrologia estuda a saúde do homem, mais especificamente as funções reprodutoras e sexuais masculinas. Um andrologista realiza diagnósticos e prognósticos referentes a aspectos anatômicos, urológicos, biológicos e psíquicos do fator sexual masculino. É especializado no sistema reprodutor masculino.

Portanto, para estabelecer uma comparação, o andrologista está para o corpo do homem assim como o ginecologista está para o da mulher. Desde o momento em que o homem começa a ter vida sexual ativa, é de fundamental importância que ele seja acompanhado por um andrologista, da adolescência à terceira idade.

Há doenças bastante específicas, que podem receber um diagnóstico mais adequado quando analisadas por este especialista. Além disso, questões relacionadas a problemas de fertilidade, disfunção erétil e andropausa, típicas em homens adultos, também devem ser tratadas com um andrologista, que é, ainda, o profissional indicado para a realização da vasectomia.

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