Ejaculação Precoce II | Clínica Dr. Sérgio Iankowski
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Ejaculação Precoce II

Algumas tentativas têm sido feitas para definir a Ejaculação Precoce (EP). A EP é aquela que ocorre sem controle voluntário; é a inabilidade de um homem para inibir a ejaculação o tempo suficiente para sua parceira chegar ao orgasmo em 50% das relações (Máster & Johnson); ou, ainda, é a que ocorre em menos de três/cinco minutos de penetração em um homem de visa sexual regular.

Atualmente, a definição técnica mais utilizada é a seguinte: Ejaculação precoce é a presença e persistência de orgasmo e ejaculação como resultado de estimulação sexual mínima, antes, durante ou logo após a penetração e antes que a pessoa o deseje, provocando aflição marcante e não relacionada a usos de qualquer substância química.

A EP é a mais comum das disfunções sexuais com freqüência que varia de 10% a 70%. Um estudo que envolveu 1.422 homens adultos encontrou uma incidência de 29% de portadores de EP. Em nossa clínica (Instituto de Infertilidade e Andrologia), o percentual de homens com disfunção sexual que procuram auxílio, tendo como queixa principal a EP, situa-se em torno de 70% quando considerada a faixa etária entre 15 e 40 anos.

2.Classificação

A Ejaculação Precoce é classificada em Primária e Secundária.

A EP Primária é definida como aquela que é referida pelo paciente como presente desde o início de sua vida sexual, ou seja, em nenhum momento o indivíduo teve um tempo de ejaculação normal, mais prolongado ou satisfatório.

A EP Secundária é a que aparece em algum momento da vida de um indivíduo que mantinha anteriormente relações sexuais em tempo satisfatório ou exercia controle voluntário sobre sua ejaculação. A experiência mostra que o portador desse tipo de EP tem em geral uma causa possível de ser diagnosticada por colheita de sua história clínica ou exames complementares. A EP Secundária está em geral associada a crises no relacionamento (ex.: atritos conjugais agudos, separação, reinício de relacionamentos, novas parceiras, etc.), ansiedade de desempenho provocada por falha eventual, ansiedades em geral, depressão ou à disfunção erétil de causa orgânica seja vascular, neurológica e/ou hormonal. As disfunções eréteis orgânicas levam à dificuldade de ereção ou à dificuldade de manter ereção e geram no paciente ansiedade intensa do tipo de desempenho e, conseqüentemente, EP como sintoma precursor da impotência.

Na prática clínica, encontra-se um terceiro grupo de pacientes que denominamos de pacientes com ejaculação precoce circunstancial. São homens com um fator ansioso de maior porte que aparece frente a certas circunstâncias como, por exemplo, início de relacionamentos, mulheres do tipo “difíceis” para se relacionarem sexualmente, parceira excessivamente valorizada, presença de raiva da parceira, etc.

3.A dinâmica da ejaculação

A dinâmica normal da emissão e ejaculação envolve uma seqüência sincronizada de três fases:

1) Aumento da secreção de componentes do sêmen

2) Desenvolvimento de uma câmera de pressão na uretra posterior

3) Expulsão do líquido seminal através da uretra

A deposição das substâncias que constituem o líquido seminal é feita de maneira ordenada. Primeiro, a musculatura lisa da próstata se contrai, espremendo a secreção prostática. O conteúdo dos vasos distais e ampola são os próximos, seguidos pela secreção rica em frutose, incluídos aqui os espermatozóides das vesículas seminais.

O processo ejaculatório é dependente da idade e dos níveis de testosterona.

Máster e Johnson notaram que homens idosos e/ou homens com nível baixo de testosterona têm menor volume ejaculado, força expulsiva menor e melhor controle do tempo de ejaculação. Acredita-se que o orgasmo seja uma experiência cerebral associada às contrações da musculatura da região pélvica e da uretra, depois da contração dos vasos deferentes, próstata e vesículas seminais.

4.Causas

Diferente dos problemas relacionados com o mecanismo de ereção, ainda é virtualmente impossível afirmar com certeza se a causa da ejaculação precoce é primariamente de causa orgânica ou primariamente de fundo psicológico. As teorias postulam papéis para cada etiologia e, de forma esperada, há evidência para apoiar ambas as causas, psicológica e biológica , na EP. Em raras ocasiões, a causa da EP pode ser atribuída exclusivamente a uma ou outra etiologia.

Uma causa puramente orgânica pode ser resultante de cirurgia pélvica, prostatectomia radical, ou relacionada com hipogonadismo, traumas do sistema nervoso simpático devido à cirurgia aórtico – abdominal, fraturas pélvicas, prostatites, uretrites, doenças neurológicas ou urológicas. A causa psicológica pode ser evidente quando um homem ejacula rápido tão somente frente a situações de vergonha ou culpa (nova parceira, relações extraconjugais) ou devido à hostilidade de sua parceira (relacionamentos em fase de separação). Estas etiologias claras tendem a ser, no entanto exceções.

A observação de pacientes que usavam, por outras causas, certos medicamentos forneceu ao longo dos estudos médicos dos últimos anos algumas pistas dos caminhos pelos quais a ejaculação ocorre. Muito conhecidos são os medicamentos que retardam a ejaculação, que classificamos em três grandes grupos: antagonistas da dopamina, antidepressivos e agentes habilitam o ácido gama – aminobutírico (GABA).

5.Tratamentos

Antes de citarmos os tratamentos ara EP, reiteramos que todo e qualquer medicamento deve ser administrado sob orientação médica, sob pena de danos irreversíveis ao usuário.

Antidepressivos tricíclicos : a clomipramina que está no mercado há várias décadas tem sido a mais utilizada das drogas e a que mais é encontrada quando se buscam estudos científicos relacionados ao tratamento farmacológico da EP. Embora a maior parte dos estudos científicos tenha sido feita com doses entre 10 e 50 mg da substância, sabe-se que doses baixas retardam a ejaculação enquanto doses altas já interferem na capacidade de ereção, podendo causar impotência.

Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina : comparados com a clomipramina, os Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS), tais como a fluoxetina , a paroxetina e a sertralina, induzem menos e menores efeitos colaterais.Devido a constatações controvertidas, ainda é difícil recomendar um ISRS específico. A experimentação com vários ISRSs em diversas doses parece ser a melhor estratégia quando se considerar um ISRS para o tratamento da EP.

Alfa Bloqueadores : as substâncias conhecidas como alfa-1 bloqueadores, como alphuzosine, terazosine e a fenoxibenzamina, tem sido testadas e sua eficácia comparada com outras drogas. Alguns trabalhos falam em eficácia variando entre 49% a 65% de bons resultados.

Trazadone : é uma droga antidepressiva química e farmacologicamente diferente de outros antidepressivos. Esta droga pode causar alterações hemodinâmicas em alguns pacientes e tem efeitos colaterais acentuados em alguns casos. Pode causar priapismo, embora esse efeito colateral seja raro (um a cada dez mil). A trazadone é responsável por 79 % dos casos de priapismo induzido por drogas psicotrópicas. Trabalhos com uso de trazadone mostram índices de melhora em torno de 39%, com efeitos colaterais presentes em 61,2% dos casos.

Tratamentos Tópicos : uma outra forma de tratamento da EP são as ações diretas sobre o pênis, seja sob a forma de uso de cremes, como os cremes de lidocaína (anestésico) seja sob a forma de vasodilatadores intracavernosos, como a papaverina ou a prostaglandina. Os resultados encontrados na literatura não são encorajadores, citando a pouca eficácia dos cremes anestésicos e grande desconforto no uso das injeções intracavernosas com poucos benefícios.

Psicoterapia : com diferentes técnicas, o tratamento psicológico em excelentes resultados.

Outros : em nossa clínica, temos usado combinações de alguns dos medicamentos citados acima, associados a vasodilatadores, com excelentes resultados.

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